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A conta secreta do ex-ministro da justiça Márcio Thomaz Bastos

Postado às 04h55 | 22 Jun 2018

O doleiro Marco Antônio Cursini contou à Polícia Federal que operava para o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos.

O relato explosivo consta de sua colaboração premiada, firmada em 2007 e mantida em sigilo até hoje.

O Antagonista obteve com exclusividade os anexos da delação de doleiro, que antecipava em quase uma década o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro descoberto pela Lava Jato.

No anexo referente ao ministro da Justiça de Lula – o mesmo que tentou negociar com a PGR um acordão para enterrar na origem as investigações do petrolão -, Cursini entrega a conta secreta de Márcio Thomaz Bastos.

O nome da conta é sugestivo: MÃE.

Nas palavras de Cursini, a conta chegou a ter US$ 3 milhões. Quando tomou posse como ministro da Justiça, Thomaz Bastos resolveu transferir o dinheiro para uma conta do próprio doleiro, no Corner Bank, em Lugano.

“À época da transferência, Márcio Thomaz Bastos informou ao declarante que iria assinar, na condição de ministro de Estado, um acordo de cooperação entre Brasil e Suíça e que não gostaria de manter qualquer conta de sua titularidade não declarada naquele país.”

Até 2007, segundo Cursini, o ex-ministro já havia resgatado US$ 1 milhão, “através de vários resgates menores, sempre realizados através do funcionário de Márcio chamado Paulo”, que buscava os valores em seu escritório.

Cursini contou que, uma única vez, mandou entregar R$ 700 mil diretamente no escritório de advocacia de Márcio Thomaz Bastos, “o qual já havia se mudado para a Av. Brigadeiro Faria Lima”.

Na ocasião de sua prisão pela Operação Kaspar, o doleiro ainda mantinha em sua conta o equivalente a US$ 2 milhões do ex-ministro.

Curiosamente, as revelações de Cursini sobre o ex-ministro não foram investigadas.

Ele foi preso recentemente pela Lava Jato do Rio na Operação Câmbio, Desligo – que desbaratou a maior rede de lavagem de dinheiro do país, comandada por Dario Messer. (Blog Campana)

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