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Morre em Brasília acupunturista Gu Hang Ho, aos 68 anos

Postado às 04h30 | 20 Ago 2019

Gu Hang Ho tinha câncer e morreu na China, país onde nasceu

"Meu pai amava muito o Brasil e se sentia tão querido em Brasília que pediu para voltar”, disse, pelo telefone de Xangai, Gu Zhou Ji, o primogênito do Doutor Gu, que morreu domingo (18/8) vítima de câncer, depois de ser internado por mais de um mês numa UTI hospitalar naquela cidade.

O filho, que herdou a profissão do pai (como ele, formou-se em medicina com especialização em acupuntura na China) esteve ao lado dele e da mãe Yu Xiu Sang acompanhando o tratamento, que teve início em março no país de origem.

Doutor Gu, como era conhecido o médico chinês, considerado “so mago das agulhas”, angariou milhares de pacientes, aos quais atendia sempre com a mesma presteza, por ordem de chegada. Ele não marcava hora.

Desde que circulou a notícia de sua morte, a recepcionista Luciana Rodrigues recebeu incontáveis chamadas e “até flores de clientes que não podendo se despedir vieram aqui homenageá-lo”.

A clínica, denominada Centro de Tratamento Oriental de Brasília está instalada há 33 anos na 714 Norte, Bloco C, loja 26, num modesto espaço, cuja sala de espera exibe nas paredes recortes de matérias sobre o médico e fotos de clientes ilustres. Dentro de 20 dias ela vai ser reaberta pelo filho Zhou Ji, a quem o pai pediu que continuasse o mesmo trabalho.

Após a cremação, segundo a tradição budista, as cinzas do Doutor Gu virão a Brasília, como ele queria, promete Zhou Ji, um dos dois filhos. O outro Fernando Gu se dedica à advocacia. Além de duas noras, Gu deixa quatro netos.

Conhecido por ter tratado diversas personalidades políticas desde que se estabeleceu em Brasília, em 1987, o acupunturista Gu Hang Hu morreu neste fim de semana, vítima de um câncer. Ele estava na China, país de origem para onde havia retornado para se tratar.

No centro de tratamento que estabeleceu na cidade, Gu atendeu, durante décadas milhares de pessoas, e acabou conquistando a clientela política da capital. Tratou ministros, governadores, deputados, senadores e, pelo menos três presidentes: Dilma Rousseff, José Sarney e Luiz Inácio Lula da Silva, a quem ajudou superar uma bursite.

Gu recebeu os segredos da acupuntura da avó e começou a atender aos 18 anos. Formou-se em medicina tradicional chinesa e educação em 1976 e tornou-se, mais tarde, diretor do Hospital Centro de Saúde de Xangai. Foi também membro e conselheiro da Federação Mundial de Acupuntura e Moxabustão

Brasília como destino

A vinda para Brasília foi decidida espiritualmente. O médico acupunturista nasceu e viveu 39 anos em Xangai, onde escreveu vários livros e chegou a ter um programa de televisão sobre a técnica. Certa vez, um amigo, também chinês, foi a Xangai procurá-lo para ajudar a mulher, que sofria de dores no pescoço.

Duas semanas de tratamento resolveram o problema. "Meu amigo me perguntou por que eu não vinha para o Brasil", contou em entrevista à Revista Encontro, do Correio, em 2013.

Budista, Gu foi a um templo para tirar a sorte.

"No mundo, no lugar mais distante, está a sua vida" foi o conselho recebido. Ele não teve dúvidas e desembarcou em Brasília, em 1987. Oito anos depois, durante visita ao mesmo templo, tirou a mesma sorte. Para Gu, a resposta estava no destino. "Brasília é um lugar muito especial para nós", dizia.

 

Dr. Gu como o chamava foi um grande amigo do editor.

Médico acupunturista dedicado e zeloso. Fazia milagre com a agulha.

Ficam registradas as condolências pela sua morte!

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