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Possíveis mudanças e expectativas acerca da vitória de Boris Johnson no Reino Unido

Postado às 04h33 | 13 Dez 2019

Estado

Estas são algumas mudanças que devem ocorrer com um governo de maioria conservadora:

Brexit em 31 de janeiro

Boris Johnson prometeu levar de volta ao Parlamento britânico o projeto de lei para ratificar o acordo de saída da União Europeia fechado com Bruxelas e garantir sua aprovação antes do fim de janeiro. Todos os candidatos do Partido Conservador apoiaram o acordo. Então, é esperado que a lei passe pelo Parlamento com facilidade. A oposição não conseguirá nem propor emendas.

Sem transição

Após 31 de janeiro, o Reino Unido entrará em um período de transição em que terá de negociar 

novos tratados com os 27 países da União Europeia. A negociação pode demorar até o final de dezembro de 2022, segundo as regras atuais, mas os conservadores prometeram, durante a campanha, não estender o período de transição para depois de 2020. O prazo, dizem especialistas em comércio, é pouco realista e poderia levar o Reino Unido a enfrentar uma saída desordenada do bloco europeu.

Orçamento em fevereiro

O Partido Conservador prometeu um orçamento pós-Brexit em fevereiro, ampliando os gastos do governo com o serviço de saúde, educação e segurança. O ministro das Finanças, Sajid Javid, também prometeu mudar dispositivos fiscais vigentes para permitir que ele possa gastar £ 20 bilhões ao ano, nos próximos cinco anos, em obras de infraestrutura.

Imigração

Os conservadores planejam adotar um sistema de imigração com contagem de pontos, ao estilo australiano, com o objetivo de reduzir a entrada de estrangeiros, principalmente aqueles que têm pouca qualificação. A regra, que vai também afetar cidadãos da União Europeia, é só permitir o acesso ao Reino Unido de quem já tenha uma oferta de emprego.

Comércio exterior

Boris Johnson pretende, dentro de três anos, que 80% do comércio exterior britânico esteja coberto por acordos de livre-comércio. O conservador planeja priorizar tratados com Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia e Japão

 

Conservador sonhava ser o ‘rei do mundo’

Boris Johnson alimenta uma imagem de jovialidade e despreocupação. Durante a campanha, trocou pneus na Fórmula 1, tosou ovelhas e provou uísque na Escócia. Este sujeito de cabelos loiros indisciplinados, de 55 anos, atrai fortes críticas por sua retórica populista que lhe rendeu uma comparação com Donald Trump. 

Apesar de tudo, as pesquisas indicam que seu Partido Conservador obteve maioria para reverter a situação que viveu desde sua eleição, em julho, em substituição a Theresa May. Em seus primeiros meses no poder, ele enfrentou inúmeros reveses: 21 deputados conservadores se rebelaram, a Justiça anulou seu recesso parlamentar, ele perdeu moção após moção e acabou sendo forçado a solicitar um terceiro adiamento do Brexit.

“A única coisa na qual Boris Johnson acredita é em Boris Johnson”, disse o ex-diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC) Pascal Lamy, que conhece a família Johnson desde que Boris era garoto. 

Conhecido como “BoJo”, Johnson nasceu em 1964, em Nova York, em uma família de políticos, jornalistas e celebridades. Um de seus bisavôs era turco e foi ministro do último Império Otomano. Segundo a irmã Rachel, quando criança, ele queria ser “rei do mundo” e estudou nas prestigiosas escolas de Eton e Oxford.

Em 1987, iniciou carreira de jornalista no Times, que o demitiu um ano depois por inventar declarações. Entre 1989 e 1994, foi correspondente do Telegraph em Bruxelas e escreveu artigos ridicularizando os regulamentos europeus. Eleito deputado, em 2001, e prefeito de Londres, em 2008, se divorciou duas vezes, se envolveu em vários casos extraconjugais e não revela quantos filhos tem - oficialmente, são quatro. Hoje, vive em Downing Street com a namorada, Carrie Symonds, de 31 anos. / AFP, TRADUÇÃO DE CLAUDIA BOZZO

 

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