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Análise: "A China já é a primeira economia do mundo"

Postado às 05h41 | 20 Out 2020

Ney Lopes

A reviravolta no mundo não se restringe a pandemia. Os EEUU já não são o “número” um na economia global, mas sim a China. Há duas maneiras de medir o PIB de um país.

A primeira delas define em moeda local o valor de bens e serviços e, depois, para efeito de comparação com outras economias, converte em dólar, a moeda líder, pelo câmbio médio do período, esse é o critério do chamado PIB pelo câmbio de mercado.

A segunda maneira de cálculo, busca quanto um país pode comprar em bens e serviços com sua moeda. Trata-se do critério do PIB pela Paridade do Poder de Compra (PPC), que parece mais apropriado para medir a renda de um país, porque o câmbio de mercado sempre está sujeito a variáveis subjetivas.

O último critério do PPC é usado pela revista The Economist, pelo FMI, pelo Banco Mundial e até pela CIA americana. Pelo primeiro critério citado, o PIB da China ainda será de US$ 15,2 trilhões ou quase 27% menor do que os US$ 20,8 trilhões do PIB dos Estados Unidos.

Mas, medido pelo segundo critério do PPC, o PIB da China já alcança US$ 24,7 trilhões, ou seja, é quase 20% mais alto do que o PIB dos Estados Unidos, de US$ 20,8 trilhões.

Cabe destacar que neste ano de perdas decorrentes da pandemia, a China deverá ser a única grande economia que registrará crescimento positivo, de 1,9%. Em 2020, a China ultrapassará os Estados Unidos em despesas com Pesquisas & Desenvolvimento.

Ou seja, prepara-se para ser potência ainda maior em tecnologias de ponta. Ganhando Trump ou Biden a guerra fria com a China irá continuar.

Ambos propõem o enfrentamento com os chineses.

A diferença é que Biden apresenta caminhos mais inteligentes, do que o desatiando Trump. Ele quer deixar de atirar nos aliados históricos, como são os países europeus e asiáticos e valorizar instituições como a OMC, ONU e a OMS, que Trump se afastou e agrediu.

Hoje, com o slogan “América Primeiro” usado por Trump, o nacionalismo xenófobo e inconsequente é aguçado, mas dia a dia os EEUU se isolam no mundo e quem ganha é a China.

Vamos aguardar o dia 3 de novembro para saber como evoluirá a posição global americana.

 

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