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Análise: "Exemplo do “vai e vem” da política"

Postado às 07h28 | 29 Jan 2021

Ney Lopes

Nada mais dinâmico e mutável do que os fatos políticos. Os movimentos se sucedem e não cessam. O mais surpreendente: por mais experiente que seja o político, quase sempre é tomado de surpresa por fatos inesperados.

Nos últimos dias temos exemplo dessa mutação na política local (RN). O “affaire” Beto Rosado e Mineiro iniciou-se após a diplomação dos deputados federais eleitos em 2018.

Eleito pela “sobra” partidária, Beto Rosado foi acusado de beneficiar-se de votos de um correligionário, que não cumprira a regra legal do afastamento de cargo comissionado pelo mesmo exercido, em prefeitura do estado.

Idas e vindas, o TRE deu ganho de causa a Mineiro, já diplomado e viajando à Brasília para assumir o mandato. O fato esvazia a força política de um grupo poderoso, que opera no Estado, chamado de “família Rosado”.

A liderança atual desse grupo é da ex-governadora Rosalba Ciarlini, que atua sob “pressão” do seu cunhado Betinho Rosado, um personagem político conhecido pela intransigência e difícil relacionamento com os próprios correligionários e até com seus familiares.

Esse grupo rosalbista teve origem no poder político, total e absoluto, que lhe foi historicamente dado, pelos ex-governadores Tarcísio e José Agripino Maia. Sobretudo, Betinho Rosado, que exerceu mandato de deputado federal, beneficiou-se dessa influência. Rosalba ao longo do tempo mostrou inegável liderança popular.

A família Rosado, após idas e vindas, chegou a 2021 com uma única presença na política estadual, que era Beto Rosado, nome imposto pelo pai Betinho para ser deputado federal. Agora, perde essa ancora.

Isso significa a eliminação dos rosados e rosalbismos na política estadual?

Não. Em absoluto.

Mas, a reconstrução será mais difícil do que a construção. Não há mais "braço protetor" igual ao da família Maia, que patrocinou sem limites, desde o início, as vitórias sucessivas de um grupo municipalista, que nunca quis estadualizar-se.

Qual será o futuro dos personagens desse “vai e vem”?

É o caso de repetir: a Deus pertence!

 

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