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Análise: "Professor brasileiro em Cambridge comenta Brasil atual"

Postado às 16h01 | 26 Jun 2024

Ney Lopes

Tiago Cavalcanti se formou na Universidade Federal de Pernambuco em 1995.

Em seguida fez mestrado e doutorado na Universidade de Illinois. Voltou ao Recife para dar aulas na UFPE, quando, há 17 anos, foi selecionado para uma vaga em Cambridge.

Tiago Cavalcanti, acaba de se tornar o primeiro brasileiro a conquistar uma cátedra de Economia em Cambridge.

Ele subiu toda a longa e exigente ladeira acadêmica até alcançar o posto mais elevado na tradicional universidade britânica.

A escola de Economia foi fundada por Alfred Marshall e por onde já passaram John Maynard Keynes e Joan Robinson, que é a economista pós-keynesiana britânica, que ampliou a teoria de  Keynes, tida como maior mulher economista do século XX.

A seguir, opiniões de Tiago Cavalcanti sobre o Brasil atual.

O Brasil depende muito da dinâmica internacional – e a conjuntura não é tão boa. Se as taxas de juros do Federal Reserve, do Banco Central Europeu e de outros países começassem a cair, ajudaria o Brasil.

Daria uma margem para o Banco Central reduzir os juros.

É admirador de Armínio Fraga e Fernando Haddad.

Gosto muito do ministro, como pessoa e como profissional.

Sobre o Banco Central acha que está na direção correta, ” a despeito de discordâncias pontuais, e a instituição tem sido eficiente do ponto de vista do controle da inflação e da estabilidade financeira.

Então precisamos evitar um processo inflacionário, até para dar mais previsibilidade para os investimentos”.

Ressalta que além disso, o BC implementou várias reformas importantes: o PIX, a portabilidade de crédito, a portabilidade de salário.

O PIX foi essencial para as pessoas terem acesso ao sistema financeiro e ao mesmo tempo pudessem escolher mais onde colocar o seu dinheiro.

Então, a atuação do BC, em várias medidas, foi correta tanto macro como micro.

Sobre a realidade internacional, opina que “acabaram de sair os números de inflação no Reino Unido, e eles estão exatamente na meta de 2%.

Mas quando olhamos os indicadores de núcleo global, ainda estão todos acima.

Existe uma expectativa de corte na reunião de agosto, mas a probabilidade é de menos de 25%”.

Para Tiago Cavalcanti “nos EUA a probabilidade de redução é ainda menor.

O mercado de trabalho está bem mais aquecido do que no Reino Unido.

A queda da taxa de juros vai demorar um pouco para acontecer – devido também ao processo eleitoral nos EUA, aqui no Reino Unido, na França.

Há várias incertezas, fica difícil prever.

Será um período um pouco mais difícil para o Brasil”.

Como solução, entende que não resta dúvida de que precisa aumentar a receita.

E como é que aumenta?

Pode ser um momento também em que a gente possa tentar ajustar alguns tipos de gastos no País, mas acho também que o Brasil tem espaço para aumentar a tributação.

Podem falar que a tributação no Brasil é elevada – e é elevada –, mas, por outro lado, o Imposto de Renda no Brasil é muito baixo.

Tem várias deduções.

A alíquota média efetiva fica ali, se muito, em 20%.

E há as desonerações em quase todos setores.

O novo professor de Cambridge resume seu pensamento sobre o Brasil afirmando: “Temos um ministro – Haddad -  puxando para uma coisa, e você tem um Governo, ou quem poderia dar apoio ao ministro, indo contra e criticando.

Então acho que realmente essa é uma grande diferença do Lula hoje, com o Lula lá de trás”.

Hoje na história

Celebrado o Dia Nacional do Diabetes Mellitus, data instituída pelo Ministério da Saúde em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A data incentiva a conscientização sobre a doença, que afeta mais de 500 milhões de pessoas em todo o mundo.

As campanhas são focadas na educação, prevenção e promoção do diagnóstico precoce.

O Brasil é o quinto país em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos.

A estimativa é que esse número chegue a 21,5 milhões em 2030. ((Entrevista dada ao “Brazil Journal”)

 

 

 

 

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