Postado às 18h34 | 20 Jan 2025
Ney Lopes
Na política e na vida, acontecem coisas incríveis. Inimagináveis. Ontem, 20, foi exemplo. Após um primeiro governo controvertido, sem ter uma prova ou indício veemente de fraude na eleição de 2022, o Presidente Ronald Trump assume novamente o comando da Casa Branca e afirmou categoricamente, que a eleição de 2020 foi fraudada contra ele.
Em 6 de janeiro de 2021, Trump convocou partidários a se reunirem em Washington DC para protestar contra os resultados finais da eleição na data em que as duas casas legislativas se reuniriam para ratificar a vitória de seu oponente. Trump assistiu à invasão do Capitólio, tomando refrigerante, na sala de jantar do Salão Oval da Casa Branca. Ele era formalmente acusado de incitar esses invasores do congresso americano. Até agora, nada aconteceu-lhe. Foi absolvido, embora o trumpismo seja apenas—senão a mais notória—forma de nacionalismo extremista do século 21.
A Suprema Corte considerou pela primeira vez, que os ex-presidentes gozam de ampla imunidade de processos criminais em relação a atos oficiais. O episódio terminou em cinco mortes, centenas de prisões e uma investigação criminal, que está arquivada.
Por mediocridade, esses tipos humanos entendem que a única forma de ser favorável à moralidade pública é repetir na mídia “slogans” e vídeos, que lhes são enviados por virulentos em defesa de ditaduras. Não sabem o que fazem e conspiram para destruir a democracia. Se uma decisão judicial desse tipo fosse no Brasil contra adversários, as cassandras da democracia estariam defendendo posições autoritárias de fechamento do Congresso e do STF.
No seu discurso de posse, Trump ele pinta um retrato sombrio da América hoje, mas promete que “o declínio da América acabou”. “20 de janeiro de 2025 é o Dia da Libertação ”, diz ele, prometendo que “a idade de ouro da América começa agora” e acrescentando: “Recuperaremos a nossa soberania. Nossa segurança será restaurada»
Anuncia que assinará vários decretos presidenciais e que os Estados Unidos enviarão de volta “milhões e milhões de estrangeiros criminosos de onde eles vêm”. Ele designará os cartéis como organizações terroristas. Afirma que “só existem dois géneros: homem e mulher” e reitera a sua intenção de “recuperar o Canal do Panamá” e “plantar” a bandeira americana “no planeta Marte”
Como anistiar Bolsonaro
Em princípio, haveriam três formas de anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Primeiro: seria mais rápida.
Bolsonaro foi condenado a oito anos de inelegibilidade em dois processos separados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Entretanto, nos recursos interpostos foram incluídas provas que, inicialmente, não estariam vinculadas aos processos eleitorais como a chamada “minuta do golpe”. É causa de nulidade.
O segundo caminho é uma alteração na Lei da Ficha Limpa. A lei, aprovada em 2010, determina, entre outras coisas, a inelegibilidade de políticos que tenham sido condenados por órgãos colegiados, como o TSE.Mas alguns projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional preveem mudanças.
O último seria anistia aos condenados por crimes cometidos em conexão com os atos praticados em 8 de janeiro.
Todas hipóteses são muito difíceis de aprovação.
Aqui estão alguns fatos sobre o Dia da Posse de um Presidente americano.