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Análise: "Uma questão de acreditar ou não!"

Postado às 05h32 | 09 Mai 2020

Ney Lopes

Diariamente nas redes sociais “explodem” protestos de bolsonaristas radicais contra as notícias divulgadas pela mídia, de que o “isolamento” é a única saída, por enquanto. A ida do Presidente, inopinadamente, ao STF demonstra que o governo avaliza a intolerância desses protestos.

Com a divulgação nesta sexta, 8, de estudo do “Imperial College” de Londres, desaparecem as dúvidas de que o Brasil está realmente numa encruzilhada. Isso é demonstrado com o conflito entre o que pensa a instituição de pesquisa cientifica do Reino Unido, e as pressões dos empresários nacionais, com o apoio do “czar” Paulo Guedes, que levou pela mão o seu “chefe” a bater as portas do STF, sem marcar audiência e constranger os Juízes, por não outorgarem a Bolsonaro poderes absolutos para decretar a abertura.

O “Imperial College” é uma das melhores universidades do mundo! Ao longo dos seus mais de 110 anos de existência é reconhecido como polo de excelência em pesquisa médica. Pois bem! A conclusão chegada pelos estudiosos é que o coronavírus no Brasil apenas começou e se forem flexibilizadas medidas de isolamento, a catástrofe irá piorar. A previsão é que o Brasil não conhece ainda os números verdadeiros da pandemia. As estimativas são de que 3,3% da população de São Paulo e 10,6% da população do Amazonas já devem ter se infectado.

Em 16 Estados, até o momento, mais de 4,2 milhões de pessoas já contaminadas (com margem de erro entre 3,48 milhões e 4,7 milhões). A pesquisa conta com a presença de três cientistas brasileiros. O primeiro ministro Boris Johnson depois de duvidar do vírus seguiu a indicação do Imperial College, convencido de que o isolamento social seria a única medida para evitar o colapso da saúde no país. Os Estados Unidos tentam flexibilizar antes do tempo e já constatam que o número de mortos aumenta. Contra fatos não há argumentos, infelizmente.

O destino do Brasil estará condicionado, de agora por diante, de optar por extremos.

De um lado, Bolsonaro, o “czar” Paulo Guedes e a maioria empresarial, que deseja “abrir”.

De outro, a ciência que aconselha elaborar um plano consistente, que preveja “onde” e “como” flexibilizar a pandemia, em nosso território.

 

 

 

 

 

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