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Biden e Putin fazem acordo para volta de embaixadores a Moscou e Washington

Postado às 15h59 | 16 Jun 2021

Joe Biden e Vladimir Putin se encontraram após clima de hostilidade entre os países crescerem

Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Rússia, Vladimir Putin, concordaram nesta quarta-feira (16/06) ao retorno de seus embaixadores a Moscou e Washington, após encontro dos mandatários em Genebra, na Suíça.

O anúncio foi feito pelo presidente russo à imprensa. Putin disse que ele e Biden haviam concordado que seus representantes deveriam retornar aos seus respectivos cargos e reassumir as funções diplomáticas. A declaração ocorre após o embaixador russo nos EUA, Anatoly Antonov, e o embaixador norte-americano na Rússia, John Sullivan, retornarem a seus países de origem.

"Quanto ao retorno dos embaixadores aos seus locais de trabalho, respectivamente o embaixador norte-americano em Moscou e o embaixador russo em Washington, concordamos que esta questão foi resolvida. Eles retornam às suas funções permanentes. Quando exatamente (se será amanhã, depois de amanhã) é uma questão puramente técnica", disse Putin após a cúpula Rússia-EUA em Genebra.

Em março, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia convocou o embaixador russo em Washington após Biden fazer declarações contra Putin, chamando-o de "assassino". Na época, Moscou esclareceu que queria evitar uma "deterioração irreversível" das relações.

No mês seguinte, foi a vez do embaixador dos Estados Unidos na Rússia ser chamado de volta ao país para "consultas" com o presidente Biden e membros do Departamento de Estado. O clima de tensão entre as duas nações se elevou após os EUA aplicarem sanções econômicas contra a Rússia, que respondeu também com retaliações diplomáticas.

Ainda na coletiva, Putin disse estar "satisfeito" com as explicações de Biden sobre as anteriores declarações que havia feito contra ele. "Depois disso, o presidente Biden me telefonou, nos explicamos, fiquei satisfeito com essas explicações, ele propôs um encontro, foi sua iniciativa, e nos encontramos", disse ele. 

O presidente russo afirmou que ainda "há muitas questões pendentes", mas que "ambas as partes estão prontas para encontrar soluções". Ele também antecipou que a Rússia e os EUA iniciarão consultas sobre estabilidade estratégica e segurança cibernética. E criticou a existência da prisão de Guantánamo, pertencente aos EUA.

"Sobre os direitos humanos. Ouçam-me, Guantánamo ainda está operando, não cumpre absolutamente nada, nem as leis internacionais, nem as leis norte-americanas, nem nada. E ainda existe", disse o mandatário.

Sanções econômicas e diplomáticas entre Rússia e Estados Unidos

Após os embates e a volta dos embaixadores aos seus respectivos países, Washington proibiu que instituições financeiras norte-americanas comprassem títulos da dívida russa, e expulsou 10 diplomatas da Rússia do país. 

As medidas foram tomadas porque o governo Biden culpou Moscou por supostas intercepções nas eleições presidenciais de 2020 e de estar por trás de um grande ataque hacker que atingiu diversos órgãos sensíveis norte-americanos por meses.

“Nós também vamos pedir para que dez diplomatas deixem o nosso país", disse o Ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, em coletiva de imprensa repercutida pelas agências Tass e Ria Novosti. A emissão de vistos também foi reduzida a um mínimo para a contratação de cidadãos norte-americanos para trabalhar em missões estrangeiras: até 10 pessoas por ano em regime de reciprocidade. 

 

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