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Bolsonaro queria que Pujol criticasse decisão do Supremo sobre Lula, como Villas Bôas

Postado às 08h12 | 31 Mar 2021

Globo

O motivo que fez Jair Bolsonaro pedir a demissão do agora ex-comandante do Exército Edson Pujol se resume em um fato: o presidente queria que o general fosse a reedição de seu antecessor do cargo, Eduardo Villas Bôas. A postura de isenção de Pujol irritava cada vez mais Bolsonaro. 

No início deste mês, o presidente esperava manifestações públicas do então comandante do Exército, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin anulou as condenações da Lava-Jato contra Lula e o tornou novamente elegível.

Bolsonaro também tinha expectativa que, há duas semanas, Pujol se manifestasse para condenar a ministra do STF Carmén Lúcia, após a magistrada mudar seu voto e se posicionar a favor da suspeição de Sergio Moro. A decretação de parcialidade do ex-juiz no caso Lula foi mais uma vitória para o petista. Segundo auxiliares do presidente, Bolsonaro não concordava com a postura de “isentão” de Pujol, de não mostrar publicamente insatisfações alinhadas às do Palácio do Planalto. 

O exemplo que Bolsonaro mira é Villas Bôas. Em 2018, quando era comandante do Exército, o general deflagrou uma crise ao escrever um tuíte na véspera do julgamento de um habeas corpus de Lula, recorria da sua condenação em liberdade. Na mensagem, disse que a instituição "julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade" e que o Exército "se mantém atenta às suas missões institucionais". Na época, a postagem foi interpretada como uma pressão direta sobre o STF, apesar de o ministro Fachin tê-la condenado somente neste ano.

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