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Com devastação da pandemia e da economia, narrativa pró-Trump se enfraquece

Postado às 06h43 | 09 Mai 2020

Guga Chacra

Havia uma série de críticas à condução da economia dos EUA por Donald Trump mesmo antes da pandemia da Covid-19. Mas defender o presidente americano no campo econômico era uma tarefa fácil. Bastava citar a menor taxa de desemprego em cinco décadas, um crescimento saudável do PIB, inflação e juros sob controle.

A campanha para a reeleição de Trump usaria esses números como a principal narrativa a favor dele. E a tendência era de que o atual líder americano realmente fosse beneficiado. Presidentes em tempos de economia aquecida tendem a ser reeleitos.

No caso de Trump, claro, os indicadores não impactaram a sua popularidade como a de antecessores. O normal seria a sua taxa de aprovação estar ao redor de 70% antes da pandemia. Mas sempre ficou oscilando na faixa de 40% a 45%. Praticamente todos os eleitores americanos possuem opinião formada sobre Trump, seja a favor ou contra.

Ainda assim, o cenário econômico favorável ajudaria Trump a mobilizar sua base e a conseguir alguns votos na margem para vencer os principais swing states, como são conhecidos os estados sem predomínio democrata ou republicano

Com a devastação provocada pela pandemia e uma taxa de desemprego em 14,7%, Trump precisará encontrar uma outra narrativa. Ainda mais se levarmos em conta que não há solução definitiva para a Covid-19 no médio prazo e uma melhora nas condições no segundo semestre não é garantida. Mesmo que haja avanços, serão insuficientes para o discurso de Trump.

Isso, claro, sem falar na catástrofe dos mortos pelo novo coronavírus: já são 77 mil, e estamos apenas no começo de maio.

 

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