História: Na Guerra, Natal foi alertada de bombardeio alemão
Postado às 11h27 | 24 Mai 2025
Grande Hotel, um marco na II Gurra na cidade de Natal, RN, Brasil.
Uma vez, na época da II Guerra Mundial, a cidade de Natal foi ameaçada de bombardeio alemão. Relato de Vera Garcia, professora da UFRN, cujos familiares vivenciaram esse momento histórico.
Vera Garcia
Professora da UFRN
Durante a Segunda Guerra Mundial, Natal, RN, desempenhou um papel estratégico e importante, especialmente com a instalação da base aérea Parnamirim Field.
Guardo na memória fatos desse período, que me foram contados por familiares, que vivenciaram esse momento difícil da nossa nacionalidade.
O marido da minha tia Alba Garcia era Coronel Médico Diretor do Hospital Militar (hoje Maternidade). Daí ser pessoa de importância nas reuniões militares do Exército.
Na Marinha, tinha um Comandante cearense, casado com uma sobrinha cearense de minha avó. Na Aeronáutica (não me lembro do nome dele), a esposa morava com ele no Grande Hotel, na Ribeira, perto da casa de vovô Odilon de Amorim Garcia Filho e vovó Maria Leticia Valente Ramos (cearense).
Bom, a comida do Hotel não era boa. Então as esposas e os maridos (quando podiam se ausentar dos quartéis) vinham todos almoçar na casa Grande dos meus avós. Lá confabulavam tudo.
O tema principal era o grande perigo que Natal corria. As noites eram em total escuridão. Poucas velas acessas Era cautela para que se passassem aviões inimigos, não vissem que havia uma cidade.
Naquela época não existiam os equipamentos sofisticados dos aviões atuais.
Vovó tinha sempre preparadas duas sacolas.
Uma com primeiros socorros e outra com comidas não perecíveis.
E havia uma senha (vovô nunca quis me dizer) para que se os aviões saíssem de Dakar para bombardear Parnamirim, vovô receberia uma ligação comunicando, através dessa palavra. E então todos deveriam sair de casa correndo e ficar embaixo de árvores.
Uma única vez isso aconteceu. Os aviões estavam vindo...
Mas, graças a Deus não jogaram bombas por aqui.
