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"Hoje, o dia do Papa" - Ney Lopes na "Tribuna do Norte"

Postado às 06h36 | 29 Jun 2022

Ney Lopes - jornalista, ex-deputado federal, professor de direito constitucional da UFRN e advogado

Hoje, 29, o Dia do Papa.

Até o presente, 266 papas dirigiram a Igreja Católica Apostólica Romana.

A data é homenagem a São Pedro, primeiro Papa da história, que morreu em 29 de junho de 64 d.C., período em que havia grande perseguição contra os cristãos.

O imperador Nero mandou crucificá-lo em Roma.

O mais longo papado durou 37 anos, o de Simão Pedro.

O segundo de Pio IX, 31 anos.

O mais curto, apenas 33 dias de João Paulo I.

Em 13 de março de 2013, pela primeira vez foi eleito um Papa nascido na América Latina. Jorge Mario Bergoglio, que adotou o nome de Francisco para exercer o Pontificado.

No cargo eclesiástico de Bispo de Roma, ele é também papa, isto é, pastor e chefe da Igreja universal, de todos os bispos e de todos os fiéis.

Ao longo da história, ainda na Igreja Antiga, os papas prestaram relevantes serviços à humanidade como homens de piedade, integridade moral, e conhecimento teológico.

A instituição papal esteve sempre presente nas áreas da teologia, organização eclesiástica e relações entre a Igreja e a sociedade.

Na cronologia da história dos papados encontramos registros desde o século I, quando se verificou crescimento da Igreja Católica e o culto a tradição de que os os apóstolos Paulo e Pedro teriam sido martirizados em Roma.

No século VI, Gregório I foi o primeiro monge a ocupar o trono papal.

No século IX, na noite de Natal, o papa Leão III coroou Carlos Magno, um grande defensor dos dogmas católicos, como Imperador do Sacro Império Romano Germânico.

A Igreja católica pretendia reviver o Império Romano do Ocidente e unificar a Europa, sob o comando de um monarca cristão.

O Concilio de Trento (1545-1563) ratificou a influência dos papas na vida da Igreja.

O papa Pio IX, no Concílio Vaticano I (1870), proclamou o dogma da infalibilidade papal “ex cathedra”, ou seja, no exercício oficial do seu cargo.

A teologia explica que o papa não inventa um dogma. Ele pode errar como todo mundo, mas não quando fala "ex cathedra”.

A infalibilidade consiste na declaração solene pelo Pontífice, daquilo que a Igreja (hierarquia e povo de Deus) já acredita, mas não tinha sido ainda necessário definir,

É, portanto, o poder que o Papa tem de proclamar solenemente, verdades de fé e moral, em nome da Igreja.

Os quatro dogmas marianos da Igreja são a Maternidade Divina, a Virgindade Perpétua de Maria, a Imaculada Conceição de Maria e a Assunção de Maria.

Fato marcante na história papal revela-se na convocação do Concílio Vaticano II pelo Papa João XXIII, que teve expressiva participação de bispos do terceiro mundo, aprovadas resoluções sem precedentes nas áreas de renovação litúrgica, preocupação com os pobres e diálogo interconfessional.

Paulo VI foi o sucessor de João XXIII e marcou o seu período com a publicação da controvertida encíclica 'Humanae vitae' (1968), que proibiu o uso dos métodos de controle artificial da natalidade.

Em 1978, o O polonês João Paulo II (Karol Jozef Wojtyla) é o primeiro papa não italiano, desde o século 16.

Eleito em 13 de março de 2013, o Papa Francisco tem trabalhado em prol da paz e da reconciliação entre os povos, levando a esperança do Evangelho às periferias do mundo.

Até agora, Francisco realizou 25 viagens apostólicas na Itália e 36 no exterior.

Antes de 24 de fevereiro, quando desencadeou a guerra Rússia contra Ucrânia, o Pontífice visitou o Iraque e a Grécia, origens de civilizações diversas, com predominância muçulmana e ortodoxa.

Esteve também em Budapeste e Eslováquia na missão de lutar contra a violência e a regressar às fontes de humanidade e fraternidade.

Ultimamente, com a intensificação do conflito na Ucrânia, Francisco tem reafirmado que não se trata apenas uma operação militar, mas uma guerra, que semeia morte, destruição e miséria. As suas palavras na Enciclica “Fratelli tutti”, de 2000, aplicam-se ao flagelo ucraniano.

Diz ele: "a guerra é um fracasso da política e da humanidade" e a reconciliação "exige o empenho de todos".

O Papa Francisco tem intensificado o diálogo ecumênico, essencial para a fé cristã.

Na Encíclica Ut unum sint ("Que todos sejam um") ele agrega  denominações protestantes, que  participam desse movimento cristão

Na sua viagem a Suécia, Francisco considerou a Reforma protestante como "um evento positivo na história da Igreja, algo "que fez bem também ao catolicismo".

Prosseguiu dizendo que “há mais tempo para o desprezo mútuo: os fiéis católicos e protestantes "não devem mais ser percebidos como adversários ou competidores, mas reconhecidos por aquilo que são: irmãos e irmãs" e devem trabalhar em conjunto, em especial em favor dos "irmãos cristãos perseguidos" no mundo.

Salve o Dia do Papa!

Salve todos os cristãos!

 

 

 

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