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"O local onde Cristo nasceu" - Ney Lopes hoje no jornal "Agora RN"

Postado às 05h25 | 24 Dez 2020

Na Basílica da Natividade, em Belém, a estrela de prata com 14 pontas, marca o local exato do nascimento. Em latim, lê-se a inscrição: “Aqui, da Virgem Maria nasceu Jesus Cristo”.

Ney Lopes, hoje no jornal AGORA-RN, editado em Natal

Para a Igreja Católica, hoje, a véspera do Natal, já é o dia do nascimento de Cristo. Isso porque, de acordo com a tradição, o novo dia começava com o pôr do sol, ou seja, a noite da véspera já era o dia da celebração.

A data faz-me recordar a emoção de ter visitado com Abigail, a “Basílica da Natividade”, em Belém, na Palestina, o local onde Jesus Cristo nasceu.

Na Bíblia, não existe nenhuma indicação do dia exato do nascimento. A única referência é a cidade de Belém. A comemoração do Natal no dia 25 de dezembro, somente foi oficializada no ano 350 d.C., pelo papa Júlio I.

Muro da vergonha

É uma aventura chegar a pequena cidade de Belém, com cerca de 30 mil habitantes, que fica a apenas 10 quilômetros de Jerusalém, onde me hospedei. Tudo começa com a tensão da passagem pelo “checkpoint israelense”, aparato de militares armados com metralhadoras.

Em seguida, percorre-se a pé longo trecho, ao lado do chamado “muro da vergonha”, fortificação construída por Israel, com arame farpado, espessura de oito metros de concreto e torres de controle a cada 300 metros. O objetivo é evitar o acesso dos palestinos à Jerusalém Oriental.

A muralha, três vezes mais alta e duas vezes mais larga do que foi o muro de Berlim, significa uma “fronteira política” para isolamento das cidades palestinas.

A Corte Internacional de Justiça - ou tribunal de Haia - declarou que o paredão entre Israel e os territórios palestinos é ilegal.

Basílica da Natividade

Apesar das exigências de extrema segurança, não há sensação de insegurança ao chegar a Belém, cuja população mostra-se afável e acolhedora.

É indescritível o sentimento de perplexidade ao percorrer o pátio, que leva à Basílica da Natividade. Para quem acredite, ou não em Deus, chega-se ao local do nascimento de Jesus Cristo.

Anuncio da estrela

No ano 5 a.C. documentos astronômicos indicam que teria ocorrido uma explosão estrelar, resultando numa grande luminosidade que permaneceu no céu por inúmeros dias.

Este fato pode ter originado a imagem da estrela de Belém, já que Jesus nasceu entre os anos 8 e 4, antes da chamada era cristã. A estrela serviu de guia para os três reis magos irem até Belém

Porta da humildade

Entra-se na Basílica da Natividade, através da “porta da humildade”, de apenas 1m e 25 cm de altura. A razão é obrigar as pessoas a se “curvarem” e reverenciarem o Salvador-menino.

A igreja é uma das mais antigas ainda em uso no mundo e sua estrutura foi construída sobre uma caverna.

Nas paredes e no piso, mosaicos históricos. No subsolo, abaixo do altar, fica a “Gruta da Natividade”. No chão há uma estrela de prata de 14 pontas, a marca do exato lugar onde se acredita que Jesus nasceu.

Enfrenta-se fila para descer na estreita escada e tirar uma foto ao lado desse principal ponto da igreja. Lá também está o local onde a manjedoura teria ficado. Inscrição em latim anuncia: “Aqui, da Virgem Maria nasceu Jesus Cristo”.

Igrejas

A Basílica pertence a três religiões distintas: a Igreja Ortodoxa Grega, a Igreja Armênia e a Igreja Católica (franciscanos). Cada uma administra “uma parte”.

A Igreja Ortodoxa Grega é proprietária de altar principal, com ícones ortodoxos, candelabros, etc. A Igreja Armênia tem o seu altar dedicado aos Reis Magos e à Virgem Maria.

A Igreja Católica possui a chamada Igreja de Santa Catarina, considerada edificação moderna, local onde anualmente é oficiada a Missa do Galo.

Na noite de hoje, 24 de dezembro, reverencio o Salvador da humanidade e sinto-me engrandecido por ter nascido e morar numa cidade, cujo nome é Natal.

Feliz Natal!

 

 

 

 

 

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