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Opinião do blog: "Governo, STF e a “pandemia”

Postado às 09h05 | 08 Mai 2020

Ney Lopes

Espetáculo de teatro burlesco, o ocorrido ontem, 7, com o Presidente da República, sem aviso prévio, forçando a porta do gabinete do presidente do STF para constranger o ministro Dias Toffoli.

Como o presidente Bolsonaro “apita” apenas 1% em seu governo e o “czar” e o superministro Sérgio Guedes 99% (ele mesmo confessou), a ideia da caminhada pela praça dos três poderes partiu desse “mentor e auxiliar mor”, que abertamente patrocina o “andar de cima”, além de defender política econômica socialmente suicida, na qual somente são sacrificados os mais fracos (assalariados, servidores públicos, classe média, pequenos e médios empreendedores, agricultores etc.).

Alguém já viu o “czar” Paulo Guedes ouvindo trabalhadores (representações idôneas e não os “pelegos” do passado), funcionários públicos, consumidores e outros?  Ele ouve exclusivamente industriais, que devem ser ouvidos e influírem nos destinos da nação, mas não de forma única e exclusiva. Se esse setor oferta empregos, não há lucro sem trabalho.

O mérito é de quem oferece o emprego, quem trabalha e gera tributos. Aliás, em matéria de impostos, quem sustenta o país na prática são os assalariados (inclusive servidores públicos), que não gozam de privilégios de incentivos (4% do PIB), juros subsidiados, diferimento da previdência e por aí vai. Fica claríssimo, que “abrir a economia” é o desejo de quem tenha bom senso neste país. Ninguém está confortável com o quadro atual, onde milhares de pessoas perdem emprego. Entretanto, esse discurso não pode ser argumento absoluto.

Assim agir é populismo inconsequente, com a intenção de amealhar votos para a reeleição e alimentar a ala “islâmica”, que aplaude o presidente em tudo que diz e faz. Na UTI está o povo brasileiro. Já são perto de 10 mil mortos e os sistemas de saúde e funerário em colapso.

Logo, a prioridade deve ser o combate à doença e evitar mortes. Nessa ótica, o plano que o governo deve traçar inclui, é claro, a abertura da economia. Mas, o “gesto de ontem” do presidente e seu “czar econômico”, não transmite à nação preocupação com a crise sanitária, mas sim unicamente com a crise econômica.

Certamente, o Brasil é o único país do mundo que pensa assim!

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