Opinião: "Eleição: TV, rádio e a segunda onda da Covid"
Postado às 16h05 | 09 Out 2020
Ney Lopes
Começa hoje o horário eleitoral gratuito da tumultuada eleição de 2020.
Admite-se maior audiência, em razão do isolamento social ainda vigente, que mantém as pessoas em casa. Exceções são as cidades, nas quais “a segunda onda do Codi19” é a grande vitoriosa, com ampla possibilidade de contaminação, pelo “liberou geral” em plena segunda onda, diante da revogação de medidas de proteção à saúde.
O horário gratuito no Brasil é uma das grandes distorções da nossa legislação. O correto seria transformá-lo em instrumento de conscientização do eleitor, através de debates entre os candidatos, coordenados previamente pela Justiça Eleitoral.
Antes da proibição das coligações proporcionais, os candidatos procuravam construir grandes alianças para aumentar seu tempo de rádio e TV – o tempo é definido pela representatividade dos partidos na Câmara. Geraldo Alckmin, do PSDB, seguiu essa estratégia em 2018. Fechou acordos com o centrão e garantiu a maior exposição nos programas. Acabou com apenas 4,7% dos votos no primeiro turno.
Enquanto isso, Jair Bolsonaro, do PSL, tinha apenas 8 segundos diários e recebeu 46% dos votos no primeiro turno.
Bolsonaro usou a Internet, ainda a grande arma em 2020, pois, mesmo com o “liberou geral” garantido pela Justiça, o eleitor será cauteloso e terá medo de exposição coletiva. Mesmo assim, a ousadia dos candidatos se transformará em fator de expansão do vírus, através dos contatos físicos nas aglomerações.
A televisão será o principal veículo de informação das pessoas e está presente em grande parte dos domicílios brasileiros.
Embora as redes sociais tenham assumido um protagonismo cada vez maior nessa forma moderna de campanha eleitoral, existe desconfiança sobre a veracidade das informações que circulam na internet.
Neste contexto atípico, o processo eleitoral se processa, incrivelmente com a autorização para a realização de comícios, carreatas, passeatas e reuniões, sem limites de pessoas. Repita-se: esse quadro antecipa a grande vitória na propagação da Covid 19.
Ainda há quem alegue, que tudo isto é respeitar à Constituição (????).
