Notícias

Opinião: "Erros de Lula e Bolsonaro"

Postado às 07h03 | 10 Jan 2022

Ney Lopes

Na verdade, Lula e Bolsonaro acumulam erros táticos na pré-campanha, percebidos, sobretudo, pela expressiva fatia do eleitorado superior a 30%, apontada pelas pesquisas como indecisa em relação a escolha do candidato a presidente.

Os entorpecidos, dogmáticos, insensíveis à realidade, de ambos os lados, “aplaudem” as posições radicalizadas e se alegram, por entenderem que somente assim “os dois” irão para o segundo turno.

Enquanto isso, o país sofre, por não ter ainda proposta capaz de conduzir a nação para uma união nacional e a reconstrução, após a Covid.

Vejamos alguns exemplos dos erros notórios.

Lula elogiou ditaduras.

Celebrou a eleição do governo ditatorial de Ortega na Nicarágua, ao divulgar nota, na qual classificou a eleição em que todos os concorrentes de Ortega estavam presos ou exilados, como “uma grande manifestação popular e democrática”.

Durante os protestos contra o governo cubano, Lula saiu em defesa do atual presidente Miguel Díaz-Canel, sucessor da família Castro, afirmando que ele estava “no meio do povo”, conversando com as pessoas.

Enquanto isso, milhares de pessoas por toda a ilha foram às ruas aos gritos de "liberdade" e "abaixo à ditadura".

Em entrevista, Lula saudou o pleito fraudado, realizado na Venezuela.

Declarou que “o processo eleitoral ocorreu em total respeito às regras democráticas e concedeu a vitória do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV)”.

Ultimamente, cometeu a contradição de anunciar a revogação da recente reforma trabalhista, quando se sabe que Lula à frente dos movimentos sindicais sempre considerou a CLT ultrapassada, com origem na ditadura de Mussolini.

Há inúmeros pronunciamentos dele nesse sentido.

Já o presidente Bolsonaro não faz por menos, no cometimento de erros e impropriedades verbais.

O “Washington Post” catalogou, em matéria recente, posições equivocadas do governante brasileiro.

O texto menciona, que depois de ser eleito, Jair Bolsonaro anunciou um aumento de impostos, apenas para que seu Ministro Paulo Guedes  dissesse, horas depois, que o chefe “estava errado”.

O ex-capitão do Exército também disse que estaria aberto a colocar uma base norte-americana em seu país, mas líderes militares rapidamente esmagaram a ideia.

E no dia seguinte ao início do governo, anunciou planos para abolir um programa de reforma agrária, mas as autoridades disseram que ele permaneceria intacto.

Na gestão da pandemia, Bolsonaro destrói com posições intempestivas, as conquistas do seu próprio governo na implantação de um vitorioso programa de vacinação.

Agora, sem nenhum sentido, se opõe a imunização das crianças, como se fosse um cientista.

Só perde.

Nada ganha.

Além disso, faz queda de braço com a Anvisa, enquanto mortes de crianças por Covid superam a média anual de óbitos por outras doenças.

Nos Estados Unidos, cerca de 7 milhões de crianças já receberam a vacina.

Esse é infelizmente, o retrato 3x4 das contradições dos dois atuais líderes, nas pesquisas presidenciais.

Se não houver fato novo é o caso de indagar: afinal, para onde caminha o Brasil?

 

Deixe sua Opinião