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Opinião: "Hoje, o dia D de Tebet"

Postado às 06h05 | 27 Jul 2022

Ney Lopes

Após enfrentar todo tipo de sabotagem de membros do seu próprio partido – o MDB -, a senadora Simone Tebet chega hoje, 27, a convenção do partido sem definir o nome do vice.

O PT e Lula usam Renan Calheiros para torpedear a sua candidatura.

Os prognósticos são de que, apesar de tudo, ela seja homologada pelo partido.

Tebet é o exemplo da “camisa de força” da lei eleitoral vigente, que favorece a todo tipo de manobras das cúpulas, em nome de um princípio tornado nocivo, que é a autonomia partidária.

Essa autonomia, na prática, significa dizer que os “donos” dos partidos podem tudo, inclusive cassar os próprios militantes e utilizar como queiram o dinheiro do Fundo Eleitoral.

Em função disso, boa parte dos políticos emedebistas já correu para apoiar o ex-presidente Lula, sobretudo no Nordeste.

A esses não interessa coerência, ética política, política, conduta digna.

O que interesse é o prenuncio de que voltarão ao poder com Lula, hoje à frente das pesquisas.

Ocorre que tudo muda de repente na política.

E esses “carreiristas” do MDB (existem em todos os partidos) começam a temer o insucesso do petista.

Tudo teve início com a última pesquisa do IPESPE, inegavelmente uma das mais confiáveis (mesmo que os bolsonaristas neguem todas as amostragens).

Os números mostram que Bolsonaro ganhou poder de fôlego.

E caso o auxílio Brasil realmente ajudá-lo, o presidente terá vantagem entre os mais pobres, onde Lula lidera com larga margem.

Diante da oscilação na disputa presidencial, Simone Tebet abre espaço para insistir na sua candidatura.

Outro fator que poderá lhe ajudar é o eleitor não estar vinculando a eleição presidencial à estadual.

Na Bahia, Lula lidera, mas seu candidato a governador, Jerônimo Rodrigues, não.

A mesma situação existe em Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro.

Esse fator desobriga Tebet de ter apoios nos estados dos seus correligionários tradicionais, que já optaram pelo palanque do PT.

É o caso do Rio Grande do Norte, por exemplo.

Nada se pode prever  acerca de mudanças na polarização da disputa pela presidência da República.

Mas, a partir de hoje, com a persistência de Simone Tebet de enfrentar a campanha, não será visionário admitir a possibilidade de pelo menos um possível segundo turno.

O difícil é saber com quem sem seria.

Se com Bolsonaro, ou Lula.

 

 

 

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