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Opinião: "Medo da pandemia e do desemprego"

Postado às 05h01 | 22 Dez 2020

Ney Lopes

Termina 2020. Termina também o auxílio emergencial. O país mergulha no dilema do fim dessa ajuda de emergência e o temor da epidemia, que cresce assustadoramente.

E a economia?

Sofre nas duas hipóteses.

Os efeitos do benefício foram grandes e fizeram, inclusive, a pobreza diminuir no país, ainda que de forma temporária. Ela passou de 23% da população, em maio, para 20,9%. A extinção da transferência de renda pode, no entanto, causar um efeito contrário a partir do próximo ano.

Caso o auxílio não tivesse sido oferecido desde abril, o índice de pobreza teria saltado para 36% durante a pandemia. Além da queda de renda da população, o fim do benefício irá afetar a arrecadação de Estados e municípios e também os pequenos comércios locais. O auxílio não tem apenas impacto sobre os pobres e vulneráveis, que recebem, mas também no retorno, já que injeta recurso na economia, que volta sob a forma de impostos.

A verdade é que a economia nacional se debilita. Há correntes que defendem a continuidade da ajuda emergencial, mesmo diante do endividamento do Estado. Argumentam, que na Inglaterra a regra é “vamos endividar depois a gente paga”. Não seria um crescimento da dívida em condições normais, mas sim precaução com respeito a consequências muito piores.

O FMI opina que o auxílio emergencial deveria continuar em países como o Brasil. Chega a alegar que tirar esse salva-vidas prematuramente é um perigo em relação à pobreza e desigualdade.

O desemprego apavora.

Há previsões que possa atingir 25 milhões de pessoas no país. Muitas pessoas que perderam seus postos de trabalho não voltaram a procurar outro por conta da pandemia e as regras de quarentena.

Cresce o “desemprego oculto” pelo distanciamento social, que não aparece nas estatísticas.

Quadro desafiador a ser enfrentado pela sociedade brasileira.

A única certeza é que tudo somente terá solução com a vacinação em massa da população.

Sabe-se que Covid19 e economia próspera não convivem.

Como fazer essa vacinação, se o próprio presidente da República diz claramente que é contra?

Difícil responder.

 

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