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Opinião: "Suécia arrependida no combate a Covid"

Postado às 04h52 | 22 Nov 2020

Ney Lopes

A Suécia arrepende-se de como combateu a Covid19. O país optou por não confinar. Apostou numa eventual imunidade de grupo.

No momento a epidemia se alastra e são decretadas medidas restritivas.

Quando a Europa optou pelo confinamento total, a Suécia decidiu manter escolas, empresas e até fronteiras abertas, rejeitando a ideia de quarentena para quem vinha de fora. A estratégia apelava no sentido de responsabilidade da população e deixar que o novo coronavírus se espalhasse lentamente, tentando proteger os mais vulneráveis, mas procurando alcançar imunidade de grupo.

Agora, o discurso é outro. O governo anunciou o fechamento de museus, galerias de arte, ginásios e piscinas públicas para tentar conter os contágios.

Estocolmo foi ainda mais longe, tendo já proibido há dias as visitas aos lares de idosos. A venda de bebidas alcoólicas é proibida a partir das 22.00, com algumas exceções. O uso de máscara é recomendado como “medida importante" para reduzir o número de infeções em espaços fechados e nos transportes públicos.

Toda a orientação é sob a forma de recomendações, que são aplicadas localmente, variando de cidade para cidade, mas já não há nenhuma onde a vida seja "normal”. As crianças devem continuar indo à escola, mesmo se os pais estiverem em confinamento. Quem puder, deve ficar em casa no tele trabalho.

O problema é que a estratégia de criar imunidade de grupo (que nunca foi tentada em nenhuma doença sem ser com uma vacina) não teve resultado. Em abril, as previsões das autoridades de saúde suecas eram de que 40% da população de Estocolmo iria apanhar a doença e desenvolver anticorpos até maio.

Mas estudos mostram que até junho, só 11,4% da população da cidade teria anticorpos. A proteção esperada acabou por não se confirmar e a segunda onda está aí.

Este é um exemplo de que somente medidas sanitárias rígidas contêm a propagação do vírus.

Cada vez mais o presidente Bolsonaro precisa refletir sobre o seu comportamento e orientação no combate a pandemia.

Contra fatos não há argumentos!

 

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