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"Páscoa e a Paz na Ucrânia" - Ney Lopes hoje em artigo na "Tribuna do Norte"

Postado às 06h53 | 17 Abr 2022

Ney Lopes - Tribuna do Norte, RN

Há séculos um Homem veio ao mundo numa estrebaria de Belém. Os Reis Magos, guiados pela estrela, encontraram-no, mas não o entregaram ao Rei, que desejava matá-lo.

Entenderam que Ele seria o maior exemplo de amor e verdade, que a humanidade conhecera.

Neste Domingo de Páscoa é dia de parar e refletir sobre “o sepulcro vazio e a ressurreição do Cristo”.

Tome-se como exemplo a Ucrânia, hoje sendo destruída pelo desamor, o ódio e a ambição de um déspota, cuja única intenção é reconstruir o império da Grande Rússia czarista.

Os estilhaços das bombas, ceifando vidas humanas, nada mais são do que o simbolismo do prolongamento da Paixão daquele que morreu flagelado para sepultar os defeitos humanos e depois ressurgiu dos mortos, ao terceiro dia, para semear a virtude, a alegria, a paz interior, sonhos e recordações.

A Páscoa simboliza a Verdade, que por não ter sido entendida, transformou-se em Cruz e na angustia do Calvário

Cabe recordar o encontro em 1994, de Madre Teresa de Calcutá, com o Presidente Bill Clinton, o Vice Al Gore, diplomatas de mais de 100 países e centenas de participantes em Washington DC.

Madre Teresa fez claramente um desafio aos acomodados detentores do Poder na maior potência mundial, que ouviram calados e contritos.

Como uma contribuição à reflexão transcrevem-se a seguir alguns trechos da palavra de Madre Teresa, na chamada “oração aos políticos”.

Ela começou assim:

“Uma vez que nos reunimos aqui para rezar juntos, eu penso que será bonito se começarmos com uma oração que expressa muito bem o que Jesus quer que façamos. São Francisco de Assis entendeu estas palavras de Jesus. Ele viveu as mesmas dificuldades, que nós temos hoje”

Em seguida, Madre Teresa confessou a fragilidade da família Ocidental, diante de homens e mulheres poderosos:

“Tentei descobrir por quê essa fragilidade. E a resposta era, "Porque não há ninguém na família para os receber".

“Nossas crianças dependem de nós para tudo: sua saúde, sua nutrição, sua segurança, seu vir a conhecer e amar a Deus. Para tudo isto, eles olham para nós com confiança, esperança e expectativa.

Mas frequentemente o pai e mãe estão tão ocupados. Eles não têm tempo para suas crianças, ou talvez eles nem mesmo sejam casados, ou desistiram do seu matrimônio.

Assim as crianças vão para as ruas e são envolvidas nas drogas, ou em outras coisas”.

Sem negar o progresso e o desenvolvimento, Madre Teresa teve a coragem de abordar a questão da pobreza.

Disse ela:

“Os pobres são pessoas muito grandes. Eles podem nos ensinar tantas coisas bonitas.... Uma noite nós saímos e recolhemos quatro pessoas da rua.

E um deles estava em uma condição bem terrível. Eu disse às Irmãs: "Vocês tomem conta dos outros três; eu cuidarei do que parece pior".  

Coloquei-a na cama e havia um belo sorriso na sua face.

Ela pegou minha mão e só disse uma coisa: "Obrigado".

Então, morreu.

Eu perguntei: “o que eu diria se estivesse em seu lugar”?

E minha resposta foi muito simples. Eu teria dito, "tenho fome, eu estou morrendo, estou com frio, estou com dor", ou algo assim.

Mas, ela me deu muito mais. Ela me deu o seu amor agradecido e morreu com um sorriso em sua face”.

Madre Teresa foi entusiasticamente aplaudida, durante a “oração aos políticos americanos”.

Lançou as sementes da Paz, ainda hoje o desafio da humanidade.

Os dirigentes do mundo têm parcela de responsabilidade no drama atual da violência, fome, exclusão social, saúde precária, educação inacessível e tantos outros males idênticos.

O político terá que parar e refletir sobre “o sepulcro vazio e a ressurreição do Cristo”.

O calvário significou dias de angústia, dor e escuridão.

No terceiro dia, a luz brilhou com a Ressurreição.

Era o Domingo de Páscoa, que hoje festejamos.

A convivência com a realidade cruel contemporânea, coloca o cristão na posição dos apóstolos, que depois da ressurreição, tiveram a missão de buscar as pessoas e levar-lhes mensagem de paz e solidariedade.

Paulo e Pedro foram pregar na Grécia e em Roma; André chegou à Escócia; Tomé foi à Índia; Marcos ao Egito; Madalena atingiu a França.

Páscoa é a hora do sorriso, abraço, amizade, vontade de ser feliz; momento do recomeço, libertação, amor e perdão.

Rezemos pelos ucranianos, que sofrem nas mãos do invasor.

Feliz Páscoa caro leitor!

 

 

 

 

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