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Voto de confiança à Trump

Postado às 16h49 | 20 Jan 2025

Ney Lopes

Donald Trump terá hoje o seu primeiro dia de governo nos Estados Unidos. Mesmo diante de controvérsias políticas, cabe-lhe um voto de confiança. Afinal, ganhou a eleição legitimamente. Demonstrou grande capacidade de resiliência. Confirmou o dito popular, de que o fundo do poço ensina lições, que o topo da montanha jamais conseguiria ensinar. A dúvida é como reagirá o mundo ao estilo Trump, confiante na força econômica norte-americana para impor padrões de liderança global. Começa pelo Brasil. Como ficaremos?

O Brasil foi acusado por Trump como exemplo de país que taxa muito e prometeu tratamento recíproco. Por outro lado, a defesa do multilateralismo (diálogo diplomático permanente) é uma pauta histórica da nossa diplomacia e particularmente importante para o governo Lula, que defende a reforma de instituições como o Conselho de Segurança da ONU, Organização Mundial do Comércio (OMC) e órgãos financeiros como o FMI. Trump desdenha dessas instituições. Ele só acredita na pressão econômica, por meio de tarifas e outras ameaças, que beneficiem os Estados Unidos. A falta de regras no comércio internacional e o unilateralismo afetam países em processo de desenvolvimento.

O agronegócio poderá sofrer pressões, sobretudo em produtos concorrentes com os americanos. Por incrível que pareça o governo Lula pode ser usado por Trump como o canal de diálogo com a ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela, funcionando como ponte para a relação com Washington, apesar das rusgas recentes. As razões são óbvias. Historicamente, Trump gosta de aproximar-se a ditadores. Veja-se relação com Vladimir Putin, Recep Tayyip Erdogan, Viktor Orban, Adolf Hitler, Xi Jinping, Kim Jong-un, Saddam Hussein. Todos esses autoritários já receberam elogios do ex-presidente, que prometeu que ele também seria um ditador “no primeiro dia” de seu mandato. Será?

No plano internacional, Trump dificilmente cumprirá a sua promessa de um acordo de paz para a guerra da Ucrânia. Hoje a solução mais desejada é a criação de uma zona desmilitarizada patrulhada por tropas europeias.

O primeiro ministro chines Xi Jinping não esteve presente à posse no Capitolio. Porém, Trump declarou que sempre teve ótima relação com ele e que deseja visitar a China o mais rápido possível. Comprova-se que uma coisa é o “candidato” no palanque; outra é já eleito. A anunciada guerra entre as duas potencias nada mais será do que uma distribuição de vantagens comerciais, talvez até a custa outros países.

Curiosidades sobre o Dia da Posse

Aqui estão alguns fatos sobre o Dia da Posse de um Presidente americano.

  1. O Dia da Posse costumava ser realizado em 4 de março, que é quando os mandatos presidenciais começavam. A 20ª Emenda, ratificada em 1933, mudou o início do mandato do presidente e a posse para 20 de janeiro.
  2. A primeira posse foi marcada para março, mas não foi realizada até 30 de abril de 1789, porque o Congresso não conseguiu contar os votos eleitorais a tempo5. George Washington é o único presidente a ter sido empossado em duas capitais: no Federal Hall de Nova York, em 1789, e no Congress Hall, na Filadélfia, em 1793.
  3. George Washington também teve o discurso de posse mais curto, dizendo apenas 135 palavras em sua segunda posse em 1793.
  4. 7. O discurso de posse mais longo foi em 1841, feito por William Henry Harrison, o nono presidente dos EUA, que proferiu 8.445 palavras em uma hora e 45 minutos. Morreu um mês depois, o que continua sendo a presidência mais curta da história americana, com 32 dias.
  5. Na segunda posse de Abraham Lincoln, em 1865, homens e mulheres negros marcharam no desfile inaugural pela primeira vez.
  6. A posse de Barack Obama em 2008 foi o maior evento da história de Washington, DC, com 1,8 milhão de pessoas.
  7. A primeira mulher a empossar um presidente foi a juíza Sarah Hughes, que empossou Lyndon B. Johnson a bordo do Força Aérea Um após o assassinato de John F. Kennedy em 1963.
  8. Warren G. Harding se tornou, em 1921, o primeiro presidente a ir e voltar de sua posse em um automóvel.

 

 

 

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